O Festival
A Vª edição do Festival da Canção, foi classificada por muitos analistas como a melhor de todas. De facto, no seu conjunto, o espectáculo foi bonito e os espectadores vibraram do princípio ao fim. Logo de início, e após o anúncio na voz off de Paulo Araújo, o 10º aniversário da LAC, foi assinalado com fogo de artifício. Depois disso o Hino do Festival que foi coreografado por bailarinos da Dançarte.
Na parte frontal do Palácio de Ferro surgiram então os apresentadores Paula Simons e João Carlos Van-Dúnem
O Cenário
Os monumentos e sítios da capital precisam da nossa atenção.
No ano 2001 o cenário do Festival foi a Fortaleza de São Miguel. Infelizmente passado um ano a situação degradou-se.
O Palácio de Ferro data do século XIX, fica situado na Rua Major Kanhangulo nº45/53 e foi classificado como monumento nacional pelo despacho n.º42 – Boletim Oficial n.º21 de 25 de Janeiro de 1975.
De acordo com a Arquitecta Isabel Martins a estrutura do Palácio enquadra-se na corrente do processo de industrialização de meados do século XIX, que se reflectiu também na arquitectura. Nessa época passaram-se a utilizar materiais mais resistentes, sobretudo para exposições.
A construção data de 1896 e é o primeiro edifício pré-fabricado em Angola.
Os especialistas em arquitectura, destacam no Palácio de Ferro, sobretudo a filigrama tecida em ferro fundido.
Felizmente a recuperação do Palácio parece estar prestes a acontecer, para alegria de todas as pessoas que se interessam por esta matéria.
A homenagem
Os homenageados foram os Kiezos, um grupo que, fundado nos anos 60, atravessou as épocas, apesar da mudança de alguns dos seus músicos. Nas escadarias do Palácio de Ferro, estavam algumas das figuras lendárias: Marito e Kituxe sobressaíram.
A rapsódia feita pela Banda Zimbo, sob a regência do Dr. Jorge Macedo, foi muito aplaudida. Vozes famosas como “Dina Santos, Carlos Lamartine e Voto Gonçalves” deram um brilho especial aos temas dos Kiezos. Sebém fez a ligação com as novas gerações e ao seu jeito chamou “os Kotas do Conjunto” e pediu os aplausos do público que se pôs respeitosamente de pé.
O CD da Homenagem
A estória dos Kiezos, traz-nos de facto, nomes de várias gerações de músicos que brilharam não só no agrupamento, como no panorama artístico da época.
Jomo Fortunato, crítico de arte, escreveu sobre a magnitude simbólica dos Kiezos, afirmando que “sem o lendário guitarrista Anselmo de Sousa Arcanjo (Marito) os Kiezos não teriam a extensão artística e estilística que os coloca, inequivocamente, no ponto mais alto de alma musical angolana de feição urbana”.
Marito, foi entrevistado pela LAC, durante a preparação do Festival e foi recordando os diferentes momentos da vida e dos sucessos dos Kiezos.
Foi Kituxe, Domingos António Manuel da Silva, que reuniu à sua volta, quatro jovens entusiastas e criou um grupo que animava as noites do Marçal. Grupo passou a chamar-se Kiezos a partir de 1965, depois de ter animado uma festa para a qual não tinha sido convidado. Tocaram de tal forma que os dançarinos levantaram a poeira, evolucionando na pista como se fossem vassouras. “Iezo” é a expressão, em língua Kimbundu que quer dizer vassoura. “Kiezo” é o plural do “Iezo”.
O CD inclui excertos de um encontro com os veteranos integrantes dos Kiezos, onde pontifica a voz de Martito, que começa por explicar que começou a tocar com aduelas e latas de azeite doce. Segundo ele foi Duia quem o deixou tocar pela primeira vez numa viola de verdade. “Duia foi o meu professor”.
Marito tal como muitos angolanos era fan de Luís Kallaf e Luís Quintero.
Marito imitava Franco, “o povo dizia que eu era o Franco de Angola”.
Convidado
O convidado foi Rui Veloso. A LAC fez uma sondagem sobre o receptividade do artista português e verificou que as jovens gerações o conheciam e ansiavam vê-lo ao vivo em Angola.
Rui Veloso não defraudou ninguém. Amantes da sua música de longa data e espectadores que o ouviam pela primeira vez, todos o aplaudiram e pediram bis no final dos cinquenta minutos de espectáculo. Rui Veloso cantou as músicas que o público queria ouvir: “sei de uma camponesa, o prometido é devido, porto côvo, chico fininho, a gargantilha, turning monday, lado lunar, não há estrelas no céu, anel de rubi, e a carta.
As inscursões no blues e no rock, a integração das vozes bonitas das Patrícias (Antunes e Silveira) e a exibição dos instrumentistas André Rocha na bateria, Zé Nabo no baixo e Miguel Mascarenhas na guitarra, tornaram o show de Rui Veloso num estrondoso sucesso.
Os concorrentes
Fernando da Conceição Guerra – Afecto
Letra e música de Sabino Henda
Paulo Alexandre da Costa – Elsa Amor
Letra de Mister Quim e Paulo Tchicangala e música de Paulo Tchicangala
Zé do Pau – Paz e Amor
Letra e música de Zé do Pau
Duo – Rosa Bravo E Mariza Pedro – Grande dia
Letra e música de Víctor Alfredo Luís
Artur Neves – Quis ser cego Para te amar
Letra e música de Artur Neves
Kizua Gourgel – Tetembwa ya mwenho uami
Letra e música de Kizua Gourgel
Yara Luzia Alves - Manancial de paz
Letra de Isabel Ferreira e música de Sabino Henda
Simão Mbuta Mavungo – Venha Jesus
Letra e música de Simão Mbuta
António Lopes Teixeira – Tudisanga
Letra e música de Alcas Fernandes
Duo – Venceslau Pilenda e Tony Laf – Amanhã será
Música e letra de Venceslau Mabi Pilenda
Maria José Ramos, etnomusicóloga
Luís Fernando, escritor
Nelson Augusto, coreógrafo
Mário Furtado, músico
Nicolau Frederico, jornalista
Os Prémios
Melhor Letra (USD 1.000.00)
Canção: Quis ser cego para te amar – Artur Neves
Melhor Voz (USD 1.000.00)
Zé do Pau – Canção: Paz e amor
Prémio LAC-Auditores (USD 1.000.00)
Nando Guerra - Canção: Afecto
Melhor interpretação (USD 1.000.00)
Kizua Gourgel – Canção: Tetembwa ya mwenho uami
Grande Prémio da Canção (USD 6.000.00)
Kizua Gourgel – Canção: Tetembwa ya mwenho uami
A Vª edição do Festival da Canção, foi classificada por muitos analistas como a melhor de todas. De facto, no seu conjunto, o espectáculo foi bonito e os espectadores vibraram do princípio ao fim. Logo de início, e após o anúncio na voz off de Paulo Araújo, o 10º aniversário da LAC, foi assinalado com fogo de artifício. Depois disso o Hino do Festival que foi coreografado por bailarinos da Dançarte.
Na parte frontal do Palácio de Ferro surgiram então os apresentadores Paula Simons e João Carlos Van-Dúnem
O Cenário
Os monumentos e sítios da capital precisam da nossa atenção.
No ano 2001 o cenário do Festival foi a Fortaleza de São Miguel. Infelizmente passado um ano a situação degradou-se.
O Palácio de Ferro data do século XIX, fica situado na Rua Major Kanhangulo nº45/53 e foi classificado como monumento nacional pelo despacho n.º42 – Boletim Oficial n.º21 de 25 de Janeiro de 1975.
De acordo com a Arquitecta Isabel Martins a estrutura do Palácio enquadra-se na corrente do processo de industrialização de meados do século XIX, que se reflectiu também na arquitectura. Nessa época passaram-se a utilizar materiais mais resistentes, sobretudo para exposições.
A construção data de 1896 e é o primeiro edifício pré-fabricado em Angola.
Os especialistas em arquitectura, destacam no Palácio de Ferro, sobretudo a filigrama tecida em ferro fundido.
Felizmente a recuperação do Palácio parece estar prestes a acontecer, para alegria de todas as pessoas que se interessam por esta matéria.
A homenagem
Os homenageados foram os Kiezos, um grupo que, fundado nos anos 60, atravessou as épocas, apesar da mudança de alguns dos seus músicos. Nas escadarias do Palácio de Ferro, estavam algumas das figuras lendárias: Marito e Kituxe sobressaíram.
A rapsódia feita pela Banda Zimbo, sob a regência do Dr. Jorge Macedo, foi muito aplaudida. Vozes famosas como “Dina Santos, Carlos Lamartine e Voto Gonçalves” deram um brilho especial aos temas dos Kiezos. Sebém fez a ligação com as novas gerações e ao seu jeito chamou “os Kotas do Conjunto” e pediu os aplausos do público que se pôs respeitosamente de pé.
O CD da Homenagem
A estória dos Kiezos, traz-nos de facto, nomes de várias gerações de músicos que brilharam não só no agrupamento, como no panorama artístico da época.
Jomo Fortunato, crítico de arte, escreveu sobre a magnitude simbólica dos Kiezos, afirmando que “sem o lendário guitarrista Anselmo de Sousa Arcanjo (Marito) os Kiezos não teriam a extensão artística e estilística que os coloca, inequivocamente, no ponto mais alto de alma musical angolana de feição urbana”.
Marito, foi entrevistado pela LAC, durante a preparação do Festival e foi recordando os diferentes momentos da vida e dos sucessos dos Kiezos.
Foi Kituxe, Domingos António Manuel da Silva, que reuniu à sua volta, quatro jovens entusiastas e criou um grupo que animava as noites do Marçal. Grupo passou a chamar-se Kiezos a partir de 1965, depois de ter animado uma festa para a qual não tinha sido convidado. Tocaram de tal forma que os dançarinos levantaram a poeira, evolucionando na pista como se fossem vassouras. “Iezo” é a expressão, em língua Kimbundu que quer dizer vassoura. “Kiezo” é o plural do “Iezo”.
O CD inclui excertos de um encontro com os veteranos integrantes dos Kiezos, onde pontifica a voz de Martito, que começa por explicar que começou a tocar com aduelas e latas de azeite doce. Segundo ele foi Duia quem o deixou tocar pela primeira vez numa viola de verdade. “Duia foi o meu professor”.
Marito tal como muitos angolanos era fan de Luís Kallaf e Luís Quintero.
Marito imitava Franco, “o povo dizia que eu era o Franco de Angola”.
Convidado
O convidado foi Rui Veloso. A LAC fez uma sondagem sobre o receptividade do artista português e verificou que as jovens gerações o conheciam e ansiavam vê-lo ao vivo em Angola.
Rui Veloso não defraudou ninguém. Amantes da sua música de longa data e espectadores que o ouviam pela primeira vez, todos o aplaudiram e pediram bis no final dos cinquenta minutos de espectáculo. Rui Veloso cantou as músicas que o público queria ouvir: “sei de uma camponesa, o prometido é devido, porto côvo, chico fininho, a gargantilha, turning monday, lado lunar, não há estrelas no céu, anel de rubi, e a carta.
As inscursões no blues e no rock, a integração das vozes bonitas das Patrícias (Antunes e Silveira) e a exibição dos instrumentistas André Rocha na bateria, Zé Nabo no baixo e Miguel Mascarenhas na guitarra, tornaram o show de Rui Veloso num estrondoso sucesso.
Os concorrentes
Fernando da Conceição Guerra – Afecto
Letra e música de Sabino Henda
Paulo Alexandre da Costa – Elsa Amor
Letra de Mister Quim e Paulo Tchicangala e música de Paulo Tchicangala
Zé do Pau – Paz e Amor
Letra e música de Zé do Pau
Duo – Rosa Bravo E Mariza Pedro – Grande dia
Letra e música de Víctor Alfredo Luís
Artur Neves – Quis ser cego Para te amar
Letra e música de Artur Neves
Kizua Gourgel – Tetembwa ya mwenho uami
Letra e música de Kizua Gourgel
Yara Luzia Alves - Manancial de paz
Letra de Isabel Ferreira e música de Sabino Henda
Simão Mbuta Mavungo – Venha Jesus
Letra e música de Simão Mbuta
António Lopes Teixeira – Tudisanga
Letra e música de Alcas Fernandes
Duo – Venceslau Pilenda e Tony Laf – Amanhã será
Música e letra de Venceslau Mabi Pilenda
Maria José Ramos, etnomusicóloga
Luís Fernando, escritor
Nelson Augusto, coreógrafo
Mário Furtado, músico
Nicolau Frederico, jornalista
Os Prémios
Melhor Letra (USD 1.000.00)
Canção: Quis ser cego para te amar – Artur Neves
Melhor Voz (USD 1.000.00)
Zé do Pau – Canção: Paz e amor
Prémio LAC-Auditores (USD 1.000.00)
Nando Guerra - Canção: Afecto
Melhor interpretação (USD 1.000.00)
Kizua Gourgel – Canção: Tetembwa ya mwenho uami
Grande Prémio da Canção (USD 6.000.00)
Kizua Gourgel – Canção: Tetembwa ya mwenho uami
Patrocínios
Governo Provincial de Luanda
Banco de Fomento Angola
Macon Transportes
UNITEL
Sonangol
Banco Comercial Português
BPC
Grupo Espírito Santo
TAP Air Portugal
Jornal Angolense
Agradecimentos
Rádio VIAL
DSL
Tropicana Cip Service
Agnelo Costa
Plantarte
Pontual
Aquafish
Clínica Anglodente
TPA
Artimagem
TVC
RTP África
Jornal de Angola
RG- Estúdio
Hidroportos
Endipu
A Canção em Concurso! A LAC em Festa!
Fortaleza de São Miguelhttp://www.flickr.com/photos/84269782@N00/366900271/http://www.flickr.com/photos/84269782@N00/366900271/