2004 | Resumo

O Festival
O público que esteve no Karl Marx a assistir à 7ª edição do Festival da Canção, apercebeu-se da qualidade das canções concorrentes, fruto do trabalho da direcção musical, que se dedicou de alma e coração. A qualidade das canções afastou a desilusão por um cenário não conseguido e de outros “senões” que já esquecemos. 
Ainda não eram 20.30 e já os convidados entravam pelo tapete vermelho colocado pela decorada Ada Miranda. A decoração exterior tinha tecido igual ao do interior, que dava a ideia dos azulejos do BNA. Para variar, a apresentação dos concorrentes foi feita pelos apresentadores, que estavam comodamente instalados num banco. No intervalo, involuntariamente longo demais, a emissão da LAC passou para o Karl Marx, com Paulo Araújo. Vimos depois um filme publicitário e Maria Luísa apresentou ali o seu Afrikhya, onde falou do convidado Salif Keita.
A noite foi longa, demasiado longa, para alguns convidados, para outros foi a concretização de um encontro com a musica africana.


O Cenário
A escolha do cenário não obedece a fins promocionais, mas históricos e culturais.O cenário apresenta um exemplo de como se deve preservar um edifício. Nas edições passadas, os edifícios Seleccionadas requeriam, uma intervenção urgente, que nalguns casos não aconteceu até agora, como é o exemplo do Palácio de Ferro. Levamos os nossos convidados ao interior de um edifício que é considerado um ex-libris da capital, para apreciarem o átrio circular em mármore branco, com colunas que se abrem em círculo a uma sinfonia de azulejos decorativos que falam da história da “descoberta de novos mundos”, pelos portugueses. O edifício do Banco Nacional de Angola foi preservado. O seu recheio resistiu aos entusiasmos dos primeiros anos de independência, que rejeitavam tudo o que representava a era colonial. Pela harmonia da sua traça, pela feliz e equilibrada distribuição das colunatas da fachada principal com o precioso frontão, e ainda pela adaptação às condições climatéricas locais e o enquadramento exemplar ao fim a que se destinava o edifício, é realmente um exemplo de monumental dignidade e de rara beleza.
O primeiro estabelecimento bancário – o Banco Nacional Ultramarino – data de 1865, mas só em 1926, o Banco de Angola começa a funcionar, primeiro nas instalações do BNU actual IFBA, Instituto de Formação Bancária, e depois no local onde funcionam agora, os serviços de intendência da Polícia Nacional.
O actual edifício foi projectado pelo arquitecto Vasco Regaleira e foi inaugurado a 5de Setembro de l956.
(adaptado de documentos do BNA e revista Austral)


A Homenagem
A homenagem foi feita à moeda nacional o Kwanza e a Minguito.
Dinheiro. Kitari. Kitadi. Dinheiro que os angolanos não têm. Não tinham no tempo colonial, e não têm agora. Vários artistas ao longo dos tempos, criaram composições onde se lamentam da falta dinheiro. Desde Duo Ouro Negro, passando por Minguito, Tonito, Robertinho e terminando com Guto e Boss AC.
A primeira parte do nosso Festival constou da apresentação de uma estória musical. A estória de um individuo que vive mal no tempo colonial, fica satisfeito com a independência e com a chegada da moeda nacional, desilude-se porque o dinheiro nunca chega e vai para a Portugal, onde pratica “ténis de parede”. Em Luanda, os professores lutam para as “panelas não entrarem de férias” e conforma-se com a situação “porque quem tem dinheiro tem e quem não tem também pode ser feliz” e por fim goza com o apelo do vil metal, “que é que procuras, o que é que te stressa, “dinero – dinero” é caso para dizer o dinheiro não dá felicidade mas ajuda muito e nesta estória faz rir muita gente.
A companhia Minessa, apresentou esta uma musical, concebida pela Dr.ª Sorania Augusto.
As vozes foram de Calabeto, Don Caetano, Lina Alexandre, Marília Alberto, Célsio Mambo, Yuri da Cunha e Yanick.



O convidado  
Salif Keita 
O convidado é um descendente de Soundiata Keita, um grande soberano do Império Mandinga.
Infância solitária devido ao facto de ser albino, Salif Keita queria ser professor, mas acabou por se tornar músico, enfrentando assim as regras ancestrais, que reservam a música e o canto aos griots.
Tidiane Koné, saxofonista da Rail Band de Bamako repara no jovem que canta nos cafés e mercados da capital maliana e assim começa uma carreira que já o levou aos Estados Unidos da América, França, e a outros países.
A música de Salif faz uma ponte entre as raízes africanas e o resto do mundo:
Blue Mandinga, Blues-rock Mandinga, pinceladas de salsa e zouk.
Os grandes sucessos de Salif Keita são Soro-nbifé, nous pas bongé e entre nós o dueto com Cesária Évora, Yamore.
Em Bamako onde vive abriu um estúdio de gravações para produzir jovens artistas do continente.



As canções concorrentes
1. Mulher sofrida – Bela Chicola
2. Kalungui (saudação meus irmãos) –Alfredo Hossi e Patrícia da Piedade
3. Luanda que eu amo – Artur Neves - Márcia Mota (Intérprete)
4. Luanda – João Panzo Bengui
5. Desilusão - Afonso Carlos - Sónia Cunha (Intérprete)
6. Raízes Profundas – Sabino Henda - Malú (Intérprete)
7. Vento - Jomo Fortunato - Dodó Miranda (Intérprete)
8. Amor de Mãe – Carmen Guerreiro
9. O ntima me (Meus coração) – Mbonzo João
10. Palpite de Amor – Massoxi Max
11. Mãe África - Sabino Henda - Paula Alexandra (Intérprete) 



Os Prémios

Prémio LAC/UNITEL – Dodó Miranda – USD 2.000.00 - Melhor Letra – Desilusão - Carlos Ferreira – USD 2.000.00 - Melhor Interpretação – Raízes Profundas - Malú – USD 2.000.00 - Melhor Voz - Vento – Dodó Miranda – USD 2.000.00 - Grande Prémio da Canção – Vento de Jomo Fortunato com interpretação de Dodó Miranda – USD 10.000.00


Júri
Agnela Barros Wilpper (Musicóloga), Rosita Palma (Compositora e letrista), Alexandre Ribeiro (Compositor e letrista), António Fonseca (Escritor) e Moisés Luís (Jornalista, realizador de programas musicais).



Ficha artística
Direcção artística do espectáculo – Cristina Miranda
Direcção de Produção – Paulina Traça
Direcção Musical – Ray Weba
Direcção artística dos concorrentes – Mateus Júnior
Banda – Afrobeat - Mário Garnacho “Marito”– teclas - Vando Moreira – baixo - Hélio Cruz – baterista - Miguel Correia – percussionista - Simão N’singui “Teddy” –





UNITEL GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA BANCO NACIONAL DE ANGOLA BANCO AFRICANO DE INVESTIMENTOS BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO BANCO DE FOMENTO ANGOLA Apoios RADIO VIAL, DSL, TROPICANA CIP SERVICE, ARTIMAGEM, PLANTARTE, PONTUAL Sr. AGNELO COSTA, JORNAL DE ANGOLA, TPA/TVC, TAAG, RUBEN DESIGNERS, RG ESTÚDIO, POLICLÍNICA ANGLODENTE, REAL SONS, EMBAIXADA DO MALI EM ANGOLA, EMBAIXADA DE ANGOLA EM FRANÇA SERVIÇOS DE MIGRAÇÃO E ESTRANGEIROS

A Canção em Concurso! A LAC em Festa

XIVº Festival da Canção de Luanda | A Canção em Concurso! A LAC em Festa | Dia 23 de Setembro de 2011 no cinema Atlântico às 21:00 horas | Paulo Flores é o Convidado Especial | Tonito é o Homenageado com 10 Canções em Concurso por 10 Intérpretes | "Casamento Só Para Quê?" é a Rapsódia encenada pelo Horizonte N'Zinga Mbandi | LAC 95.5 FM | Luanda Antena Comercial | Praceta Luther King, nº 5, Luanda | Telefone: +244 222 394989/395040 | e-mail: lac@lacluanda.com
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